sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Dá pra entender as mulheres?

> É ASSIM MSM...SÓ PARA MULHERES!!!!!!!!!!!!!
> PRA DESCONTRAIR....
> É A MAIS PURA VERDADE VIU....
>
>
> Diário de uma perereca depilada
>
> "Tenta sim. Vai ficar lindo."
>
> Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me
> render à depilação na virilha.
>
> Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve, mas acho que pentelho
> não pesa tanto assim.
>
> Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra
> coisa.
>
> Eu imaginava que ia doer porque elas ao menos me avisaram que isso
> aconteceria.
>
> Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda
> uma indústria pornô-ginecológica-estética.
>
> - Oi, queria marcar depilação com a Penélope.
>
> - Vai depilar o quê?
>
> - Virilha.
>
> - Normal ou cavada?
>
> Parei aí.
>
> Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada.
>
> Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.
>
> - Cavada mesmo.
>
> - Amanhã, às.... Deixa eu ver...13h?
>
> - Ok. Marcado.
>
> Chegou o dia em que perderia dez quilos.
>
> Almocei coisas leves porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas
> bonitas, assim, pra ficar chique.
>
> Escolhi uma calcinha apresentável.
>
> E lá fui.
>
> Assim que cheguei, Penélope estava esperando.
>
> Moça alta, mulata, bonitona.
>
> Oba, vou ficar que nem ela, legal.
>
> Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado.
>
> Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor.
>
> De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas.
>
> Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas.
>
> Uma mistura de Calígula com O Albergue.
>
> Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão.
>
> Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.
>
> - Querida, pode deitar.
>
> Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca.
>
> Mas a Penélope mal olhou pra mim.
>
> Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha.
>
> Ali estavam os aparelhos de tortura.
>
> Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma
> pinça.
>
> Meu Deus, era O Albergue mesmo.
>
> De repente, ela vem com um barbante na mão.
>
> Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei
> surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a
> amarrou bem forte.
>
> - Quer bem cavada?
>
> - É... é, isso.
>
> Penélope, então, deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da
> Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes.
>
> - Os pêlos estão altos demais.
>
> Vou cortar um pouco, senão vai doer mais ainda.
>
> - Ah, sim, claro.
>
> Claro nada, não entendia p-o-r-r-a nenhuma do que ela fazia.
>
> Mas confiei.
>
> De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de
> um líquido viscoso e quente (via pela fumaça).
>
> - Pode abrir as pernas.
>
> - Assim?
>
> - Não, querida.
>
> Que nem borboleta, sabe?
>
> Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado.
>
> - Ar-re-ga-nha-da, né?
>
> Ela riu. Que situação.
>
> E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha
> virgem.
>
> Gostoso, quentinho, agradável.
>
> Até a hora de puxar.
>
> Foi rápido e fatal.
>
> Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha
> ossada havia sobrado na maca.
>
> Não tive coragem de olhar.
>
> Achei que havia sangue jorrando até o teto.
>
> Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de
> ligar para o Samu.
>
> Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era
> tudo supernatural.
>
> Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa.
>
> Eu havia esquecido de respirar.
>
> Tinha medo de que doesse mais.
>
> - Tudo ótimo. E você?
>
> Ela riu de novo como quem pensa "que garota estranha".
>
> Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes.
>
> O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de
> espancar Penélope.
>
> Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era
> tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer.
>
> Todas recomendam a todas porque se cansam de sofrer sozinhas.
>
> - Quer que tire dos lábios?
>
> - Não, eu quero só virilha, bigode não.
>
> - Não, querida, os lábios dela aqui ó.
>
> Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios?
>
> Putz, que idéia.
>
> Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo.
>
> - Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor.
>
> Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de
> Penélope e dá uma conferida na Abigail.
>
> - Olha, tá ficando linda essa depilação.
>
> Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto.
>
> Se tivesse sobrado algum pen-te-lhi-nho, ele teria balançado com a
> respiração das duas.
>
> Estavam bem perto dali.
>
> Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo.
>
> "Me leva daqui, Deus, me teletransporta".
>
> Só voltei à terra quando entre uns blá-blá-blás ouvi a palavra pinça.
>
> - Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?
>
> - Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada.
>
> Estava enganada.
>
> Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar cabelinhos
> resistentes da pele já dolorida.
>
> E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por
> vir.
>
> - Vamos ficar de lado agora?
>
> - Hein?
>
> - Deitar de lado pra fazer a parte cavada.
>
> Pior não podia ficar. Obedeci a Penélope. Deitei de ladinho e fiquei
> esperando novas ordens.
>
> - Segura sua bu-nda aqui?
>
> - Hein?
>
> - Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda.
>
> Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via.
>
> Mas ela estava de cara para ele, o "olho que nada vê".
>
> Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena?
>
> Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, pei-dar na cara dela, como
> se pudesse envenená-la.
>
> Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo.
>
> O marido perguntaria:
>
> - Tudo bem, Pê?
>
> - Sim... sonhei de novo com o c-u de uma cliente.
>
> Mas de repente fui novamente trazida para a realidade.
>
> Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks.
>
> Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação.
>
> Sei que ela deve ver mil c-us por dia.
>
> Aliás, isso até alivia minha situação.
>
> Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos?
>
> E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá?
>
> Fui impedida de desfiar o questionamento.
>
> Pê puxou a cera.
>
> Achei que a bun-da tivesse ido toda embora.
>
> Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali.
>
> Com certeza não havia nem uma preguinha mais pra contar a história.
>
> Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo.
>
> Sons guturais, xin-ga-men-tos, preces, tudo junto.
>
> - Vira agora do outro lado.
>
> Por-ra.. Por que não arrancou tudo de uma vez?
>
> Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora.
>
> A broaca da salinha do lado novamente abre a cortina.
>
> - Penélope empresta um chumaço de algodão?
>
> Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos.
>
> Era dor demais, vergonha demais.
>
> Aquilo não fazia sentido.
>
> Estava me depilando pra quem?
>
> Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito.
>
> Só mesmo Penélope.
>
> E agora a vizinha inconveniente.
>
> - Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.
>
> - Máquina de quê?!
>
> - Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.
>
> - Dói?
>
> - Dói nada.
>
> - Tá, passa essa me-rda...
>
> - Baixa a calcinha, por favor.
>
> Foram dois segundos de choque extremo.
>
> Baixe a calcinha, como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho?
>
> Mas o choque foi substituído por uma total redenção.
>
> Ela viu tudo, da perereca ao c-u.
>
> O que seria baixar a calcinha?
>
> E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.
>
> - Prontinha. Posso passar um talco?
>
> - Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha.
>
> - Tá linda! Pode namorar muito agora.
>
> Namorar...namorar... eu estava com sede de vingança.
>
> Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso.
>
> Mas doía e incomodava demais.
>
> Queria matar minhas amigas.
>
> Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso.
>
> Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada e matar o
> primeiro homem que ver e não comentar absolutamente nada.!!!
>
> Não fiz nada disso... Um mês depois...
>
> - Normal ou cavada?
>
> Coisas de perereca, vai entender...

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