domingo, 21 de fevereiro de 2010

Afrodite Para Maiores

Afrodite Para Maiores

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O linguajar que usamos para nos comunicar é repleto de figuras de linguagem (emprego de um termo com sentido diferente do convencional). Valemo-nos o tempo todo dessa possibilidade pra aclarar o nosso discurso. Observe, por exemplo, o caso das hipérboles (exagero intencional a fim de expressar uma idéia). O cara se atrasa meia hora para o encontro e já ouve a famosa frase "estou há um século te esperando". A menina se apaixona pelo garanhão e já sai contando "estou louca por ele". E por aí vai... Uma das expressões mais utilizadas com sentido hiperbólico é o "morrer". Vejam:

Morrer de rir – você pode até rir sozinho, mas morrer de rir, tem que ser acompanhado. Aquela super-risada que parece não ter fim, com direito a derramar lágrimas, ter espasmos compulsivos e ainda continuar a rir por semanas cada vez que se lembra do fato. Podemos "morrer de rir" de muitas coisas: daquela piada do cara que atravessou a linha achando que o bonde vinha, mas o bonde ia, da cara de paisagem de quem não entendeu a piada, do seu amigo que se enroscou na toalha, do seu cunhado que desmaiou no casamento... Enfim, morrer de rir é muito divertido.

Morrer de susto – pode-se literalmente morrer de susto, porém, na maioria das vezes, o nosso "morrer" é bem subjetivo e suporta a todos os sustos. Você morre de susto quando alguém grita no seu ouvido, quando a bola bate na trave, quando se choca com alguém no escuro, se descobrir que o seu namorado é gay, se tirar zero numa prova facílima de Geometria, ou se tirar dez em Trigonometria. Depois de morrer de susto, a gente morre de rir.

Morrer de ódio – acabou de pegar o seu namorado com a amiga do seu amigo no maior rala-e-rola dentro do carro dele... você vai morrer de ódio e depois matá-lo em seguida. Mas existem outras coisas que também podem deixá-lo(a) querendo morrer de ódio. Por exemplo: Ganhar uma "mijada" do seu chefe na frente de outros funcionários; levar um toco, com um buquê de rosas e uma caixa de bombons de licor na mão; ficar em segundo lugar naquela prova classificatória que tinha apenas uma vaga; ser confundido com alguém que insiste em chamá-lo de Juvenal... Morremos de ódio pelo menos uma vez por dia.

Morrer de medo – poderia classificar não só o tipo de medo, mas o tipo de pessoas que sentem esses medos. Covardes: morrem de medo de avião; mulheres: têm medo de barata; incompetentes: de perder o emprego; crianças: de bicho-papão; Super-Man: de criptonita; tímidos: de falar em público; tias: de ficar solteironas; blogueiro(a)s: de não receber comentários nos posts; homens em geral: de brochar.

Morrer de tesão – é, a vida tem disso também e, mais cedo ou mais tarde, você vai se deparar com essa sensação. O importante é não perder a cabeça, conservar-se serena, sem necessariamente começar a arranhar azulejos. Morrer de tesão, seja pelo personal da academia, pelo seu vizinho, pelo irmão da sua melhor amiga ou pelo padre da sua paróquia, não é um bicho-de-sete-cabeças. O que se há de fazer? Aconteceu! Seria um desperdício "morrer de súbito" sem ter experimentado o seu sonho de consumo, não é mesmo? Desperdício é pecado!

Morrer de tédio – domingo à tarde, sem namorada, sem amigos, sem companhia-estepe, sem dinheiro, sem planos para o futuro... A tv estragou, o celular está sem crédito, a vizinha ouvindo música sertaneja no último volume, o seu cachorro comeu justamente o capítulo (do livro) em que você parou... só lhe resta, morrer de tédio...

Morrer de amor – não faço a menor idéia. Aceito sugestões nos "Comentários". Enfim, as figuras de linguagem são parte de nós, estão entranhadas no dia-a-dia, compondo o nosso repertório linguístico e colorindo as nossas palavras. E quanto à divertida hipérbole, você pode usar à vontade que resistirá a todos esses tipos de "mortes". A única coisa que não poderá desejar, em hipótese alguma, em nenhuma circunstância, é "morrer de fato".


Se você gosta de texto humorístico, a minha sugestão quente é que entre neste link (AQUI), leia e vote no texto "MINHA VIDA DE CACHORRA", escrito pelo meu amigo cronista, aqui de Floripa. O texto está classificado no Concurso "Risadaria, muito além da Piada" e quanto mais votos receber, melhor. A votação vai até o dia 15/03. Participe e divirta-se! Obrigada!

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