Sáb, 03 Abr, 07h51
O Papa Bento XVI fez hoje a tradicional Vigília Pascal em meio ao escândalo sobre o abuso de menores por parte de padres da Igreja Católica. Durante missa, realizada na Basílica de São Pedro, na noite que antecede o Domingo de Páscoa, em que os cristãos celebram a ressurreição de Cristo, o pontífice não fez referências diretas ao escândalo que envolve a Igreja.
O pontífice preferiu focar sua homilia na vida, morte e imortalidade, questionando qual seria o efeito se a medicina moderna pudesse acabar com a morte. "Qual seria a coisa boa?", questiona. "A humanidade se tornaria extremamente velha, não haveria mais espaço para juventude. A capacidade por inovação se extinguiria e uma vida sem fim não seria o paraíso, mas uma condenação", afirmou. Mais do que prolongar a morte, disse Bento XVI, o batismo oferece o "remédio da imortalidade". Durante a miss, o papa batizou seis pessoas, como já é tradição, mesmo nas missas realizadas na véspera da Páscoa.
Em artigo publicado hoje, no jornal L'Osservatore Romano, o Vaticano denunciou a "vil campanha de difamação" que o papa vem sofrendo e destacou as inúmeras mensagens de solidariedade que chegaram de bispos de todo o mundo. O Vaticano acusa a mídia de reforçar o escândalo ao reportar casos de padres que abusaram sexualmente de crianças e de bispos que tanto se recusaram a reportar os casos à polícia como se negaram a puni-los através de processos no próprio Vaticano.
O Papa Bento, que celebra amanhã a missa de Páscoa e lê o seu discurso "Urbi et Orbi", ainda não fez nenhuma referência ao escândalo desde que divulgou uma carta expressando preocupações sobre os casos de abuso na Irlanda, em 20 de março.
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