quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Miscelânea
Curiosidades:
Origem de expressões populares
De onde surgiram?
1) Voto de Minerva
Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os acusados. Coube à deusa Minerva o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo.
2) À beça
No Rio imperial, havia um comerciante rico chamado Abessa, que adorava ostentar roupas de luxo. Quando alguém aparecia fazendo o mesmo, dizia-se que ele estava se vestindo à Abessa, ou seja, como o comerciante.
3) Vestir a carapuça
Carapuça é uma espécie de barrete ou capuz de forma cônica e remonta ao período da Inquisição, em que os condenados eram obrigados a vestir trajes ridículos ao comparecer aos julgamentos. Além de usar uma túnica com o formato de um poncho, eles precisavam colocar sobre a cabeça um chapéu longo e pontiagudo, conhecido como carapuça. Daí a expressão "vestir a carapuça" ter se incorporado ao português escrito e falado com o sentido de "assumir a culpa".
4) Amor Platônico
Platão era aluno de Sócrates. Tentando entender o motivo pelo qual seu grande mestre havia se matado, ele propõe a existência de dois mundos: Um chamado mundo sensível, aquele que você percebe com os cinco sentidos, e outro chamado mundo inteligível, que você só pode perceber com a inteligência, a mente. O mundo sensível é apenas um reflexo do que há de bom no mundo inteligível. O amor perfeito só existe na mente das pessoas, mas o amor real (que se toca, se vive) pode ter falhas. Por isso, quem não vive o amor real, fica só na imaginação, vive um Amor Platônico.
5) Vai Tomar Banho
Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios, versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore para limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".
6) Bode Expiatório
A expressão significa que alguém recebeu a culpa de algo cometido por outra pessoa. A origem está num rito da tradição judaica. Simbolicamente, o povo depositava todos os seus pecados num bode, que era levado até o deserto e abandonado. Dessa forma, acreditava-se que as pessoas estariam livres de todos os males que tinham feito.
7) Tirar o Cavalo da Chuva
- Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje!
No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e, se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa
8) Caiu no Conto do Vigário
Uma imagem de Nossa Senhora dos Passos foi doada pelos espanhóis para Ouro Preto e começou a ser disputada pelos padres de duas igrejas: a de N. Sra. de Pilar e a de N. Sra. da Conceição. O padre de Pilar sugeriu, então, que a imagem fosse colocada em cima de um burro, no meio do caminho entre as duas igrejas. O rumo que o animal tomasse, decidiria quem ficaria com a imagem. Quando foi solto, o burro se dirigiu para a igreja de Pilar. Mais tarde, soube-se que ele pertencia ao padre de lá; logicamente ele sabia o caminho a seguir. Assim essa expressão caiu no gosto popular quando se diz que alguém foi enganado.
9) Sem Eira nem Beira
Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está sem dinheiro.
10) Disputar a Negra
Os senhores do séc. XVIII, quando jogavam, o troféu era, quase sempre, uma negra escrava. O termo é usado até hoje em "peladas" e "rachas" de futebol.
11) Picar a Mula
Expressão usada pelos portugueses quando precisavam abrir caminhos pelas matas do Brasil a corte de facão e em cima das suas mulas.
12) Salvo pelo Gongo
Expressão usada no séc. XVIII, para se ter a certeza que o defunto esta realmente morto. Faziam um pequeno buraco no caixão, passavam uma corda pelo buraco e a amarravam na mão do defunto. Do lado de fora a ponta da corda era amarrada num sino. Caso o defunto movimentasse a sua mão dentro do caixão, o sino soaria fora, denotando que o dito cujo estava vivo. Pois, muitas pessoas eram enterradas vivas por desconhecer-se se as pessoas haviam realmente morrido.
13) Na pindaíba
Íba na língua tupi-guarani significa vara; Pinda significa costas. Quando os índios voltavam para casa sem apanhar nenhum peixe, dizia-se: eles vem na pindaíba. Hoje, significando pobreza, falta de dinheiro.
14) Cuspido e Escarrado
Quando dizemos, por exemplo, fulano é a cara do pai ‘cuspido e escarrado’, na verdade isso é uma popularização do termo ‘esculpido em carrara’, pois antigamente os bustos das pessoas eram esculpidos em mármore de Carrara e ficavam muito próximos da realidade, muito parecidos com original, então criou-se o hábito de dizer que um filho muito parecido com o pai ou com a mãe, parecia esculpido em carrara, mas o povo pela má audição, entendeu errado e ficou popularmente "cuspido e escarrado" como a cara do pai, ou da mãe!
15) Quem não tem cão caça com gato
É uma expressão popular antiga, que foi deturpada pelo passar da palavra.
A original era ‘Quem não tem cão caça COMO o gato’, ou seja, sozinho.
Mas o significado da expressão continua o mesmo: quem não consegue de uma forma resolve de outra.
16) Parece que tem bicho carpinteiro
Também é uma expressão popular antiga, que foi deturpada pelo passar da palavra.
Se diz de alguém muito serelepe, irrequieto.
Mas a expressão verdadeira é: ‘Parece que tem bicho no corpo inteiro’.
17) Lavar a Égua
Os escravos garimpavam nas minas e prendiam nas éguas pequenos pedaços de barro com ouro dentro.
Então, quando o Senhor não estava olhando, eles lavavam a égua e recolhiam o ouro para pagarem suas alforrias. Assim, até hoje. lavar a égua significa ganhar muito dinheiro. — com Maria Lucia Leite e Regina Vasconcelos.
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